O Ministério da Educação (MEC) deu início a um novo capítulo na educação brasileira com a regulamentação da proibição do uso de celulares nas escolas.
A medida, sancionada pelo presidente Lula em janeiro de 2025, atinge toda a educação básica, incluindo instituições públicas e privadas, e busca minimizar os impactos negativos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos no aprendizado dos alunos.
A nova regra estabelece que os celulares só poderão ser utilizados dentro das escolas em situações específicas, como atividades pedagógicas orientadas por professores ou em casos de alunos que necessitam de tecnologia assistiva devido a alguma deficiência.
Além disso, o MEC anunciou que, em fevereiro, um decreto presidencial e uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) trarão mais detalhes sobre a implementação da medida.
Por que proibir o uso de celulares nas escolas?
O debate sobre o uso de smartphones em sala de aula já vinha crescendo nos últimos anos, com estudos apontando que a tecnologia pode ser prejudicial ao desempenho acadêmico quando não utilizada de forma controlada.
Segundo um relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), estudantes que passam mais de cinco horas por dia conectados tiveram, em média, 49 pontos a menos em matemática em comparação àqueles que usam o celular por até uma hora diária.
Além disso, a distração provocada pelos aparelhos afeta diretamente a interação social e a concentração dos alunos. Dados indicam que 80% dos estudantes brasileiros relataram dificuldades para manter o foco nas aulas devido ao uso do celular, um índice muito acima do registrado em países como Japão (18%) e Coreia do Sul (32%).
Outro fator que impulsionou a criação da lei foi o impacto do uso excessivo de redes sociais na saúde mental dos jovens. Estudos mostram que a exposição prolongada a telas pode aumentar casos de ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.
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O que muda com a nova regra?
A lei aprovada estabelece regras claras para o uso de celulares em escolas de ensino infantil, fundamental e médio. Veja os principais pontos:
✅ Celulares proibidos em aulas e intervalos – O uso do smartphone será vetado durante as aulas e também nos momentos de recreio e intervalo. A ideia é incentivar maior interação entre os alunos e evitar distrações.
✅ Exceções permitidas – O uso do celular será liberado em três situações específicas:
- Para atividades pedagógicas planejadas pelos professores;
- Para alunos com deficiência que necessitem de tecnologia assistiva;
- Em casos emergenciais que envolvam questões de saúde ou segurança.
✅ Armazenamento dos aparelhos – Cada escola poderá definir a melhor forma de guardar os celulares durante o período escolar. Algumas instituições podem optar por permitir que os alunos deixem os aparelhos nas mochilas, enquanto outras podem disponibilizar caixas ou armários específicos.
✅ Fiscalização e adaptação – O MEC não determinou penalidades para alunos que desrespeitarem a regra, deixando essa decisão a cargo das escolas. Além disso, a implementação da proibição será acompanhada por medidas de apoio à saúde mental dos estudantes, para ajudá-los a se adaptar à nova rotina sem o celular.
Como será feita a fiscalização?
Uma das principais dúvidas sobre a nova regulamentação é como as escolas garantirão o cumprimento da lei. O MEC esclareceu que as diretrizes exatas para fiscalização serão definidas no decreto presidencial previsto para fevereiro. No entanto, algumas medidas já foram sugeridas:
📌 Revisão dos regimentos escolares – As regras da nova lei deverão ser incorporadas aos regimentos internos das escolas, deixando claro como o uso do celular será regulamentado dentro da instituição.
📌 Orientação a professores e alunos – Professores e gestores escolares receberão materiais explicativos para ajudá-los a lidar com a transição, garantindo que as novas normas sejam compreendidas por todos.
📌 Acompanhamento de psicólogos e pedagogos – O MEC recomenda que escolas implementem programas de apoio à saúde mental dos alunos, especialmente para aqueles que possam enfrentar dificuldades ao reduzir o uso do celular.
📌 Diálogo com as famílias – Para que a medida tenha sucesso, a participação dos pais será essencial. O MEC sugere que as escolas promovam reuniões e campanhas de conscientização para esclarecer os benefícios da proibição.
A nova regra é realmente necessária?
Embora a medida enfrente resistência de parte da comunidade escolar, especialistas defendem que a restrição é essencial para melhorar o desempenho acadêmico dos alunos e evitar problemas de saúde mental. Em países como França e Suécia, leis semelhantes já foram implementadas com sucesso, resultando em maior concentração dos estudantes e melhor aproveitamento das aulas.
Além disso, a proibição não significa que a tecnologia será excluída do ambiente escolar. Pelo contrário: a ideia é que os dispositivos sejam usados de forma mais estratégica, em atividades didáticas específicas e sob orientação dos professores.
Quando a nova lei começa a valer?
A proibição já está em vigor desde a sanção da lei em janeiro de 2025. No entanto, como ainda é necessário um período de adaptação para as escolas, o MEC estipulará um prazo para que todas as instituições implementem as novas diretrizes.
Enquanto isso, diretores, professores e pais devem se preparar para essa grande mudança na rotina escolar, que promete transformar a relação dos estudantes com a tecnologia dentro das salas de aula.